sexta-feira, 28 de setembro de 2007

LAMENTO CONTEMPORÂNEO

Ah, este mundo está tão mudado...
Outro dia vi um cachorro com capa de chuva.
E estou cansada de ver homem fazendo xixi nos postes...

E as jabuticabas? Aquelas mesmas da minha infância, que não dávamos conta de chupar, ali, no pé ao fundo do quintal?
“Quanto é, moço? Dez unidades por R$ 2,50!”
Bem que me disseram que o Rio é violento!

De caças, viramos caçadoras. Queimamos os sutiens e agora temos que ser profissionais bem sucedidas, mulheres estimulantes, mães exemplares e ainda, no fim, cuidar da casa! Ufa!

Trabalhamos o dia inteiro em frente ao computador e nosso lazer também é em frente dele.

A terra, superpopulada.
No entanto, o que mais vemos é a carência e o isolamento dos seres humanos, como se vivessem na ilha perdida de Robson Crusoé.

Sei lá, deu vontade de desabafar e não me condenem pelo pessimismo, somos ciclícos!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

AVANT !!!

Saí cedo, peguei meu pão de queijo como de costume no Café Capital.
Aquele maior, na temperatura exata, na cottura perfeita! O meu aliado contra a magreza progressiva. hummmm!
Passei em frente à floricultura como de hábito e aquela atmosfera me fez lembrar de outros lugares!
"Podia estar na França", pensei, e, no meu faz de conta, o meu pãozinho mineiro se transformava em um fumegante croissant, e, ao invés da pasta, levaria um lenço de seda verde no pescoço...
Ri.
Percebi, assim, despretensiosamente que ainda vale... vale a pena sonhar!
Vale a pena acreditar no melhor, nesta vida, que se por vezes nos decepciona, em tantas outras nos regozija!!!
O ruim realmente acontece para valorizarmos o bom!(cliché, mas...)
Então, o riso, virou sorriso! Foi-se embora a tensão, foi-se embora a dor... voltou a esperança e a crença, a crença de Pessoa...
A minha alma não é pequena... pequeno foi o meu pão de queijo que nesta história não durou nem cinco minutos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

CONDICIONAIS

Se a fila for pequena, eu faço,
se estiver grande, eu furo.
Se a grana tiver boa, eu compro,
Se tiver curta, eu furto.
Se o café estiver forte, eu tomo,
se estiver fraco, eu cuspo.
Se a agenda tiver cheia, eu corro,
se estiver vazia, eu durmo.
Se for belo, eu olho,
se for feio, ignoro.
Se o mar estiver calmo, entro,
se o estiver forte, enfrento.
Se for do meu agrado, eu como,
Se não for, engulo.
Se estiver em boa paz, sorrio e falo,
Se tiver de saco cheio, dissimulo e calo.
Se estiver com confiança, vou indo
se ela me faltar, me persigno.
Se puder ser, agradeço,
se não der, abraço.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

SINCERIDADE

"Tia, arruma umas moedinhas pra mim (sic) comprar uma colinha pra matar a fome!"

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

CONSTRUÇÃO

Acorda... não viu que já tocou o despertador?
Engole... rápido o pão que não esquentou.
Veste... a roupa amarrotada que não desamassou.
Espera... quanta demora este elevador!
Volta... o registro de gás você não desligou.
Corre ... não vá perder o metrô.
Se liga... não vê que sua estação já chegou?
Paciência ... parece que hoje todo mundo se atrasou.
Chega ... e a secretária já com a lista de quem ligou.
Abre... este olho que na noite passada não fechou.
Ufa... ainda bem que este prazo não expirou.
Saco... justo agora o site do TJ travou?
Enfim... tá na hora, não esquece de desligar o monitor!
De novo... corre, corre, corre que o vagão já parou!
Procura... a chave, onde é que você enfiou?
Desaba... mais um dia que terminou!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

ELOGIO À LOUCURA

Eramus de Rotterdam é Rei!
Maria, a Louca, não era Rainha?
Viva à loucura!
Viva a loucura!
Vamos ser todos loucos.
Pra que ser normal em um mundo de insanos?
Não vamos tentar entender...
Não há como.
Abaixo à psicologia!
Vamos ser loucos, mentecaptos, tantãs, zuretas, birutas, malucos.
Vamos dizer frases como: "As trombetas prateadas estão subindo nas árvores (arvoros, arvres, sei lá)"
Vamos jogar pedras para o alto até atingir os aviões.
Rasgar notas de cem.
Comer com o cabo dos talheres.
Enfim, vamos aderir à loucura, pois só assim poderemos compreender o incompreensível, ouvir o inaudível, ver o invisível.