sexta-feira, 31 de agosto de 2007

MUDAM-SE OS TEMPOS, MUDAM-SE AS VONTADES

A falta (e falha) de comunicação entre as pessoas me faz lembrar uma tirinha da Mafalda:

Um vaso de planta, triste e desflorado repousa sobre a mesa.
Ao avistá-lo, Mafalda sabiamente berra a plenos pulmões - "Chegou a primavera!!!"

E eis que vemos o nascer e o desabrochar das flores, despertadas para a nova estação.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

REMINISCÊNCIAS

A atendente do caixa solicita não só a assinatura no recibo do cartão, mas também o telefone.
Já lá pela metade do número me dou conta do ato falho* - "ops, este não é meu celular..."

*Acto falho, ato falho ou parapráxis é um erro na fala, na memória ou numa ação física que seria supostamente causada pelo inconsciente. (Wikipedia)

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

PLANTA O PRANTO

Era uma vez uma garota que até os cinco- anos de idade tinha uma convicção: os adultos não choravam.

Essa certeza infantil foi gerada pelas suas percepções visuais, já que à época não podia contar com a experiência.

Ela via seus coleguinhas e irmãos chorando pelos mais variados motivos e também as crianças na rua, aos prantos, enquanto seus pais as puxavam pelos braços.

Porém, o mesmo não acontecia com as pessoas grandes.

"Não, os adultos não choram e devem ser porque gastamos todo nosso estoque de lágrimas quando pequenos".

Ocorre que prestes a completar seis anos, um triste acontecimento mudou essa história: alguém importante de sua família partiu para o céu, disseram.

E no funesto e acinzentado dia da despedida, ela descobriu algo que jogou por terra a sua lúdica teoria. Inadvertidamente, ela fixou o seu olhar na imagem de uma pesada lágrima que vagarosamente escorria pelo semblante de seu avô e, estarrecida, concluiu: "Os adultos também choram".

Passados muitos anos, aquela lágrima ainda continua viva e gravada em sua memória, como símbolo da sua descoberta.

Mas, ainda que assim não fosse, o seu ingênuo pensamento de que o 'doce' gosto das lágrimas só era afeto às crianças seria cabalmente afastado.

Isso porque hoje, ela, adulta, também chora.

E chora.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

LIMITE

Não fujo nem do diabo, porque este ainda tem cerébro! Fujo da imbecilidade, que nos afunda com sua pequenez!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

CAP OU PAS CAP???




Melhor surpresa para um gélida noite de uma terça-feira qualquer: o filme Jeux d’enfants.
Apesar da inevitável comparação com a atmosfera fabulada de Amélie Poulain, ele não perde sua identidade e nos prende, emociona e inquieta em boa parte do tempo. O jogo do "topa ou nao topa" dos dois personagens, Julien e Sophie, é quase um estresse: agita!

O lúdico está presente a todo momento, até mesmo no fim, quando o amor, ah, o amor...

Segue a transcrição de uma cena, memorável, onde após quebrar a sua casa toda, Sophie, sabendo que Julien está indo vê-la, liga para a polícia. Ele tem pouco tempo para fugir e se dá conta da emoção de tornar a jogar (custei a achar na rede e a tradução - minha - não está nada literal, aliás está sofrível mesmo)

Julien Jeanvier [Julien estava em alta velocidade em seu carro, fugindo da perseguição da polícia] Sophie tinha voltado ao jogo!!! A felicidade em estado bruto, prazer explosivo, vulcânico!!! Aquilo era melhor que tudo!!! Melhor que droga, melhor que heroína, cocaína, ganja, crack, haxixe, maconha, skunk, ácido, LSD, ecstasy. Melhor que sexo, felação, sessenta e nove, orgia, masturbação, tantrismo, ‘brouette thaïlandaise’ . Melhor que Nutella, manteiga de amendoim e milk-shake de banana. Melhor que todas as trilogias de George Lucas, a coleção completa do muppets-show, a final de 2001. Melhor que o ‘derriere’da Emma Peel, Marylin, Lara Croft, Naomi Campbell e a grande beleza de Cindy Crawford. Melhor que a face B do Abbey Road, que os solos de Hendrix, que o primeiro passo do homem na lua. Melhor que a Montanha Russa Espacial, as renas do Papai Noel, a fortuna de Bill Gates, os transes de Dalai Lama, a ressurreição de Lázaro, os piques de testosterona de Schwarzenegger, o colágeno dos lábios de Pamela Anderson. Melhor que o Woodstock e as festas raves mais orgásmicas. Melhor que Sade, Rimbaud, Morrison e Castaneda. Melhor que a liberdade. Melhor que a vida!

Merci Beau Coup, Paris...




Nestes tempos de terremoto, uma canção me acalenta a alma, de tão doce...

La même histoire - Feist

"Quel est donc
Ce lien entre nous
Cette chose indéfinissable ?
Où vont ces destins qui se nouent
Pour nous rendre inséparables ?

On avance
Au fil du temps
Au gré du vent... ainsi...

On vit au jour le jour
Nos envies, nos amours
On s’en va sans savoir
On est toujours
Dans la même histoire...

Quel est donc
Ce qui nous sépare
Qui par hasard nous réunit ?
Pourquoi tant d’allers, de départs
Dans cette ronde infinie ?

On avance
Au fil du temps
Au gré du vent... ainsi...

On vit au jour le jour
Nos envies, nos amours
On s’en va sans savoir
On est toujours
Dans la même histoire...


....

o que é então
essa ligação entre nós,
essa coisa inexplicável?
Aonde vão esses destinos que se amarram
para nos deixar inseparáveis?

Avançamos
na linha do tempo,
na vontade do vento,
Assim

Vivemos todos os dias
nossos desejos, nossos amores
partimos sem saber que
estamos sempre
na mesma história.

o que é então
o que nos separa
que por acaso nos reuniu
por que tantas idas, tantas partidas
nessa roda infinita?
avançamos
na linha do tempo,
na vontade do vento,
Assim

Na mesma história,
mesma história.

Aconteceu um dia...

Nada como uma mensagem antiga, achada assim, inexplicavelmente, para restabelecer o ego de uma mulher em meio a um abandono desordenado.

"Eu fiquei ali, parado. Olhar distante, coração apertado, respiração ofegante. Não saía da minha mente a imagem de seu rosto moreno, seu sorriso branco, seus cabelos negros, seus olhos fortes. Acho que ela nunca me pareceu tão bonita quanto no seu último olhar, quanto na última vez que abriu aquele sorriso para mim.

E fez-se um silêncio, um silêncio tão grande quanto a ausência que chegou tão de repente, apesar de tão certa quanto a morte ou a dor que eu sabia que viria com ela. O ônibus a levava para uma distância tão grande que nenhum amor consegue superar, transformava em memória o que tinha sido chama, nostalgia do que tinha sido ardor.

Mas o silêncio não vinha do mundo, vinha de mim. No rádio a canção tentava me dizer alguma coisa; mas eu não ouvia nada, ou melhor, quase nada. Por vezes uma ou outra frase conseguia romper a barreira que se ergueu entre mim e o mundo, me invadindo e me ferindo como se fosse uma lâmina quente.

Uma dessas frases dizia: “a vida não para”. Mas parece que o mundo parou naquele instante. O sol brilhava, esquentava o teto do meu carro. Mas eu permaneci ali parado, anestesiado, quieto, sem vontade de abrir o vidro e permitir que o vento tocasse a minha face.

Não, eu não poderia deixar que o vento levasse um pouco da minha dor, que tivesse a ingênua pretensão de aliviar um pouco aquela ausência, de me permitir algum contato com o mundo exterior. Me recolhi para dentro de mim e fui buscar nas lembranças aqueles instantes que foram só meus e dela, que não quero compartilhar com ninguém.
Só ela poderia quebrar o meu silêncio, me trazer de volta à superfície e substituir o seu mundo de memórias pelo mundo real das sensações. Quando já a tinha perdido de vista, depois de alguns minutos, me chega uma mensagem que diz: “vou te levar para sempre, no meu coração”. Escorria uma lágrima pelo meu rosto e eu, olhando para a vida, tentava dizer, sem conseguir: Adeus Juliana."

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

TOMARA?

É melhor "se sofrer junto do que viver feliz sozinho"?

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O fim e o começo

Bom, nada como um recomeço após um fim...

Sem nenhuma pretensão, exceto aquela de transformar em palavras virtuais as banalidades cotidianas!

Eis meu blog!