Era uma vez uma garota que até os cinco- anos de idade tinha uma convicção: os adultos não choravam.
Essa certeza infantil foi gerada pelas suas percepções visuais, já que à época não podia contar com a experiência.
Ela via seus coleguinhas e irmãos chorando pelos mais variados motivos e também as crianças na rua, aos prantos, enquanto seus pais as puxavam pelos braços.
Porém, o mesmo não acontecia com as pessoas grandes.
"Não, os adultos não choram e devem ser porque gastamos todo nosso estoque de lágrimas quando pequenos".
Ocorre que prestes a completar seis anos, um triste acontecimento mudou essa história: alguém importante de sua família partiu para o céu, disseram.
E no funesto e acinzentado dia da despedida, ela descobriu algo que jogou por terra a sua lúdica teoria. Inadvertidamente, ela fixou o seu olhar na imagem de uma pesada lágrima que vagarosamente escorria pelo semblante de seu avô e, estarrecida, concluiu: "Os adultos também choram".
Passados muitos anos, aquela lágrima ainda continua viva e gravada em sua memória, como símbolo da sua descoberta.
Mas, ainda que assim não fosse, o seu ingênuo pensamento de que o 'doce' gosto das lágrimas só era afeto às crianças seria cabalmente afastado.
Isso porque hoje, ela, adulta, também chora.
E chora.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
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2 comentários:
E chora e limpa a alma...
Chorar faz bem meu bem.
Te adoro querida!
"Ali onde eu chorei qualquer um chorava"
bjs
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