
Melhor surpresa para um gélida noite de uma terça-feira qualquer: o filme Jeux d’enfants.
Apesar da inevitável comparação com a atmosfera fabulada de Amélie Poulain, ele não perde sua identidade e nos prende, emociona e inquieta em boa parte do tempo. O jogo do "topa ou nao topa" dos dois personagens, Julien e Sophie, é quase um estresse: agita!
O lúdico está presente a todo momento, até mesmo no fim, quando o amor, ah, o amor...
Segue a transcrição de uma cena, memorável, onde após quebrar a sua casa toda, Sophie, sabendo que Julien está indo vê-la, liga para a polícia. Ele tem pouco tempo para fugir e se dá conta da emoção de tornar a jogar (custei a achar na rede e a tradução - minha - não está nada literal, aliás está sofrível mesmo)
Julien Jeanvier [Julien estava em alta velocidade em seu carro, fugindo da perseguição da polícia] Sophie tinha voltado ao jogo!!! A felicidade em estado bruto, prazer explosivo, vulcânico!!! Aquilo era melhor que tudo!!! Melhor que droga, melhor que heroína, cocaína, ganja, crack, haxixe, maconha, skunk, ácido, LSD, ecstasy. Melhor que sexo, felação, sessenta e nove, orgia, masturbação, tantrismo, ‘brouette thaïlandaise’ . Melhor que Nutella, manteiga de amendoim e milk-shake de banana. Melhor que todas as trilogias de George Lucas, a coleção completa do muppets-show, a final de 2001. Melhor que o ‘derriere’da Emma Peel, Marylin, Lara Croft, Naomi Campbell e a grande beleza de Cindy Crawford. Melhor que a face B do Abbey Road, que os solos de Hendrix, que o primeiro passo do homem na lua. Melhor que a Montanha Russa Espacial, as renas do Papai Noel, a fortuna de Bill Gates, os transes de Dalai Lama, a ressurreição de Lázaro, os piques de testosterona de Schwarzenegger, o colágeno dos lábios de Pamela Anderson. Melhor que o Woodstock e as festas raves mais orgásmicas. Melhor que Sade, Rimbaud, Morrison e Castaneda. Melhor que a liberdade. Melhor que a vida!
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